


O que parece ser diferente na moda propriamente dita. Em relação ao que vi nas primeiras edições, nota-se uma evolução nas coleções, provavelmente derivada de uma maior segurança por parte das participantes. Ouvir de visitantes como eu que estavam no caminho certo, que usar materiais da região e tecidos finos não era cafona nem brega, deve ter ajudado a manter o rumo. Belém é um dos estados mais ricos em matérias-primas do mundo. Tem desde o encanto natural das tramas feitas a partir de folhas e fibras até o luxo das pedras preciosas, ouro, caulim e outras riquezas exploradas da terra.
A semana na cidade – uma das mais elegantes do país, com restaurantes bonitos e de comida ótima – inclui multimarcas, coleções de alunos das primeiras turmas dos cursos de moda e design e os modelos criados pelas integrantes da Costa Amazônia, as bravas criadoras de vestidos longos, curtos e festivos, em tecidos como gazar e crepe. Até aí, nada demais. Não fossem os vestidos decorados com tramas de tururi, a casca da palmeira ubuçu, que vira cinto, gola, bolsa, carteira e sandálias. Ou com sementes da terra, e mais incríveis ainda, as escamas de peixe.
A Costa Amazônia é a espinha dorsal da moda de Belém. Desde 2004, quando vi estas coleções pela primeira vez, o grupo ganhou confiança e ousadia. Fazendo desde moda infantil com jeito de criança até moda praia com grafismos marajoaras e flores de escama de peixe, além dos longos, o grupo tem bom-humor e solidariedade. O bom-humor aparece na substituição do elenco de modelos profissionais pelas amigas e clientes. E elas retribuem desfilando na maior desinibição, dançam na passarela, cumprem o papel de exibir as coleções. Ou param no meio do caminho, e esperam a estilista fazer um acréscimo de uma saia longa, um bolero, uma flor, detalhes que dão versatilidade à roupa.
A solidariedade se concretiza na viagem que voluntárias do grupo fazem semanalmente até Barcarena, município que abriga tanto uma mineradora de caulim como uma comunidade de pescadores. A Costa Amazônia leva técnicas de costura, bordado e artesanato às mulheres que vivem nas palafitas da ilha São João, na Vila do Conde e formam mais um grupo que se empenha em aprender e produzir peças diversas. Como 300 bolsas de praia, feitas em menos de um mês, que servirão de presentes de Natal para uma grande empresa, a Imerys, mineradora de caulim, que fornece pigmentos para papéis.
Destaques
O local do evento é um caso à parte. O Hangar é um centro de convenções construído a partir de um hangar antigo, próximo ao aeroporto. Ocupado por menos da metade pela passarela, camarins e lounges de patrocínio, é um dos melhores espaços disponíveis para eventos que já vi. Poderia receber um desfile Chanel, Dior, uma semana inteira de moda.
[caption id="attachment_873" align="alignleft" width="200" caption="Aline de vestido de gazar de Elys Cunha"]


Elys Cunha usou Carmen Miranda como referência. Turbantes feitos de tururi complementaram os vestidos debruados de flores feitas de folhas de cacau esqueletizadas, com fivelas de escamas de peixe e golas de patchwork de tururi tinturadas.

Ana Miranda enfrentou um rápido apagão das luzes, mas não perdeu o pique da apresentação com as roupas versáteis, com sobressaias de rendas e babados avulsos nos decotes.
[caption id="attachment_871" align="alignleft" width="200" caption="Longo em camadas (Joana Silva)"]

Joana Silva pensou no arco-íris e mostrou tules e flores aplicadas em vestidos com tiras franzidas e pompons de tule, quase sempre com a cintura marcada. O colorido culmina no modelo com corselet de renda e a saia dourada, o pote de riquezas do arco-íris.
Nem as Havaianas escapam da criatividade local. A Estilo customizou as sandálias com tiras de cristais Swarovski e até com solados de salto alto!
As jóias são parte importante da moda paraense. Marcas como a Zeus, a Art Bijoux e Amazônia Kamã impressionam pela beleza.
Os maiôs da Agua Brasil têm como referência os desenhos de Marajó. E trazem uma boa novidade, o trabalho de uma jovem estudante de Design, Larissa, uma das finalistas do concurso da Lycra, com final na próxima terça-feira no Rio de Janeiro.Ela é sangue novo, descendente das Costas Amazônias.
Grazi Martinelli também é novinha no ramo, mostrou moda masculina e feminina. Calças bufantes para eles e elas foram mostradas com desenvoltura.
Tudo isso, e mais a incansável recepção aos visitantes, se deve à garra, empenho e amor à moda da Felicia Assmar Maia.
Intervalo / Um restaurante aberto até tarde em Belém? Bonito e com pratos deliciosos? É o Roxy, na esquina de Senador Lemos e Almirante Wandelkolk / acontece a Amazonia Fashion Week na mesma semana de inauguração de um super-shopping, primo do shopping Leblonm o Boulevard, na esquina de Visconde de Souza Franco e Aristides Lobo / tem-que-ver em Belém: o mangal das Garças, a casa das 11 janelas, o museu de Arte Sacra, os armazéns de Docas / de 28 de novembro a 6 de dezembro acontece o oitavo Marcado de Moda, no polo de Jóias São José Liberto. São 45 marcas, sendo 17 novinhas, com propostas de presentes e comprinhas de moda / depois conto o segundo dia, que mostrou outras ótimas coleções e um elenco que promete estourar nos demais eventos nacionais
2 comments:
Oi Iesa. Belíssima matéria, parabéns! Sua palestra estava marcada para o dia 17, em Belém. Mudou de data? Você participa do evento até o último dia? Abraços e parabéns pelo trabalho!
Jumara Cardoso
www.degradedamoda.blogspot.com
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